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Aqui só tu tens segredos.

31.7.06


I´m the keeper of fragile things
and I have kept of you what is indisolvabel.

Foi assim, num impulso, que me percebi olhar a Sul e chamar por ti.Não foi há mais de um mês que me saltou às mãos um caderno empoeirado com letra antiga, repleto de pensares e dizeres dedicados a ti e a isso que me fazias pensar e dizer.
Li, como quem lembra com vontade de voltar a viver e fiquei absorta na mulher que ali encontrei. Bom, na menina que ali encontrei. Na ingenuidade em que só eu por vezes embalo o mundo, as conquistas e os grandes feitos históricos. O tom era de declarada ausência. Dessa que ainda hoje me põe a escrever.

Tudo aquilo que pensei ter perdido tino e pousio apareceu assim, em louvada arrumação, como guardião de uma história que conto vezes sem conta porque preciso de a lembrar, de a acreditar, de a afirmar.
Aconteceu sim. E aconteceu-me a mim.

Quando cheguei ao fim do caderno encontrei em arquivo de contra capa os teus números de telefone, de telemóvel, os teus endereços de e’mail e mais um quanto de tudo que não queria perder de ti.
Essencialmente o rasto.
Ali,
assim,
em sequência alinhada e informativa que me reduziu a pó, a cinza e a nada.

Uma amiga mais esotérica lançou-me na escada

Espera, isso assim pode ser um sinal.
Perdida como só eu ando, à procura do nome das ruas, das caras e das formas de vida deixei a esoteria subir-me as pernas, degrau a degrau.

Seria mesmo um sinal?
Será possível o universo estar dotado de tamanha generosidade?
Será o mundo mesmo mágico?

Podia vangloriar-me em alegretes pinchos de contentação e berrar uma das minhas mais famosas frases “Eu tenho razão!!”.
E só se estivesses perto de mim, só se te encostasses à minha boca é que percebias que a única coisa que berro até se esgotar o ar é ‘eu é que tenho a culpa’...
Sou, hoje em dia, um poço de consciência.
Olha! Fundo.. e só ecos,
frases atiradas ao ar que voltam com uma força imiscível,
ecos a entoarem a mais indigna das verdades...
tenho culpa,
muita culpa,
talvez toda a culpa,
culpa, é minha, da grossa, negra e irreversível culpa.

De todas as fugas seleccionei aquelas que me obrigaram a seguir em frente.
Acordei dos pesadelos sem os contar a ninguém.
E acordei alguns dias a pensar que me tinha apaixonado.
E apaixonei-me, três, quatro, uma vez quinze dias!
Depois era só o desespero de me recusar a acreditar que o corpo humano tolera pouco mais do que um amor por vida.

Ainda hoje não consigo entrar numa livraria sem ver que compilação editaram do teu Gedeão. Recuso-me a abri-la, muito menos a lê-la. Mas sei que continuam a editar vida. Arrumei tão longe o Neruda que nem sei onde está. Com alguma sorte perdeu-se em mudanças. Devia ter emprestado os livros a uma daquelas pessoas que não os devolvem, mas não fui capaz.

Depois de ti passou a haver qualquer coisa no meu corpo que deixou de funcionar, sei lá, como se fosses um acidente de carro, de percurso, de sorte e azar. E, como em todos os acidentes, ninguém consegue fielmente explicar a sequência dos acontecimentos e lhe chama acidente, porque não estava de todo previsto e, se estivesse, teria virado na última esquina que fez a rua dobrar. Baralhas-me, percebes? Ainda hoje me baralhas.

I´m the keeper of fragile things
and I have kept of you what is indisolvabel.

Faltou-me a coragem para te ligar, como me falta coragem para tanta coisa na vida.
Vesti Anais Nin. Virei insana, impulsiva e voadora.
Procurei o número que durante um mês guardei na minha lista, na minha memória.
Senti o mundo ficar suspenso, como se alguém tivesse feito pause no spot publicitário do teu Pierce Brosnan a beber uma cerveja.
A respiração espera e espero eu com ela até aparecer Entregue.
A mensagem foi entregue, o bilhetinho lido, o vento virado.
O teu número ainda existe. Existirás tu com ele?

Continuo a não falar dos meus pesadelos.
Continuo a não querer desses segredos.
Era um sinal sim.
Era sinal de mim.
Assinalava-me que te guardo em permanência na minha memória, nos meus princípios.
Que elevaste a fasquia a um insustentável critério de bom gosto, de atitude e de cumplicidade.
E custa-me perceber como o amor nos oferece estes danos permanentes, esta paralisia irreversível do músculo do peito. Tu foste o amor na minha vida. E não há nada, ou alguém, que o consiga inverter.
Nunca mais voltei a dizer esse nunca.
Amanhã jamais será tarde demais.
Jamais.

Expurgado agora estás no espaço que virtualmente me foi concedido.
A virar ventos, nortadas e maresias.
Como desabafo que deixo no fosso de ideias e desafios que lançávamos em irreversível insensatez.

O vira vento está agora numa janela virada a sul.
Começou há pouco a girar.
Vou perceber a minha resposta.
E vou poder seguir rumo.

posted by SCS
julho 31, 2006