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mala postal a mariza, fadista.

14.8.06



Pega minha amiga, lenga lenga de Fado.


Vim à Apúlia perceber que o desejo que,

como por feitiço,
deixei ao vento do Mediterrâneo de
Amor, Amoor, Amooor... se concretizou.

Fui convidada a partilhar do amor de tudo o que tenho na vida:
dos gentis estranhos,
dos ansiados abraços,
dos míticos pássaros.

Do que se vê e se colhe.
Por onde se passa,
onde se dorme, aninha, encolhe.

Não há vértice ou verdade
que não se faça de enlace.
Objecto estudado,
ser navegado,
ângulo sacado
que não esteja pulverizado com três ecos de Amor.

Fui preciosista no desejo que pedi à magia.
E ei-lo
Ei-lo por todo o lado de cada espaço,
em cada hora que se demora.
Ei-lo dentro.
Ei-lo cá dentro, raio!

O vento está de mar.
Estou num alto de praia a olhar o reflexo do sol em salitre agitado.

Vejo tudo.
Vejo claramente tudo.
Vejo-te a ti.

E levanto o meu queixo até à linha do horizonte
Eu também sei que estás a caminho
E sei que estás a passar por cima,
rasgar a meio como quem corta a direito
o caminho que te faz até mim.

Sei que és tu quem me grita esta certeza dentro,
conheço de longe o teu aceno.

E não há nevoeiro, nortada ou cargueiro
que me arranque daqui.
Que me arranque esta certeza de ti.


posted by SCS
agosto 14, 2006