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a dois dias do final da Era de Provações. ou das grandes Revelações.

13.8.06



Está um daqueles Sábados que conheço apenas a Agosto. Está Verão.
Os corpos amolecidos,
os braços esquecidos,
os pescoços rendidos.

Mantenho-me fiel à terapia.

Cheguei, entrei e tirei os sapatos como quem vai ao quintal dos amigos para brincar.

Esta minha comunidade tem elementos que parecem roubados ao mundo do fantástico.
Só corajosos. Artistas. Super Heróis de Hamlet a Camelot. Moram por cima deste Rio, mesmo ali, debaixo da Ponte. Não me enganam, conhecem-lhe todos os privilégios. E saem de casa, assim, num Sábado de tarde, para festeja-lo. Vêm brincar.


Assisto combate de tunning. Duas motas.

Peões. Velocidade.
Truques, cavalos e arranques.
Adrenalina. Ou testosterona.
A um nível profissional..
A multidão está entusiasta.
Aplaude, reage em coro num aperto de surpresa e ri com a queda de cada derrotado.
A pista? Mesmo ali, em cima da água.

No outro dia falava com um amigo e chegamos à conclusão que o que nos faltava na cidade era animação de rua. Eu imagino logo um nível circense! Mais amsterdam, firenze ou central park. Mais daquele cassis em final de tarde.

Tenho de lhe contar que me cantaram um tango esta semana.
Nas calçadas portuguesas os códigos de rua são limpos e francos.
É apenas uma questão de coragem. De nível de pernas. De aptidão para andar.
Uns esfregam-nas até brilhar. Outros são, sem sombra de dúvida, funcionários dos S.M.A.S.. Só Artistas! Já não preciso de lá ir para o acreditar!

Hoje de tarde, a artista que aqui existe é aquela que está ali, suspensa na ponte.
Mulher miúda e pequenina. Elegante, muito bonita.
Subiu ao tabuleiro de baixo da ponte.
Por fora.
E está ali há já dez minutos.
Tortura-se em barriga dentro, barriga fora.
Sente-se os pensamentos a mil à hora.
Esqueceu o que perdeu e o que se demora.
Não quer saber do que deu àquele outrora.

Está de resto num espaço de mulher. Só dela.
Encosta-se em ferro ao corpo de Eiffel.
E para respirar fundo, cá dentro e baixinho
estende os braços até aos mastros do Vinho.
Com tempo.
Elegante..
Mede distância. Enfrenta infância.
Marca a chamada num só tempo em pontas de pés.
Impulsiona-se.
Desapaixona-se.
E entrega-se ao Rio. Pelo cabelo. Em vôo liso.

Fica um silêncio constrangedor na Margem do Rio.
Ninguém aqui respira de alívio.

São estes os artistas que conheço às minhas ruas.
E que volto a encontrar pelas calçadas. Não pelas fachadas.
São estes os que não nos viram as costas. Que nos limpam as crostas.
Quem se atreve a saltar. Para o molhar. Para o minar. Para o mudar.

posted by SCS
agosto 13, 2006