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Russa da Sorte.

27.9.06


LetrasJuntas.
Apertadas.
Encostadas.
Ora costas. Ora frente.
Sem intervalo.
Sem meio de dentes.

Eliminas a noção de limite.
Os corpos postos entre os olhos.
Estás perto.
Muito perto.
Ouço-te respirar.
Ouço-te vacilar.
Mordo-me no teu tempo.
Indeciso.
Incisivo.
Evasivo.

O corpo arremessado,
enviesado.
Calo.
Paro.

Porque esbarro no contorno limite da tua aura.
Sinto escrava isaura.
A sexta linha da pauta.


Testa.
Testa quanto quiseres.
Testa a finitude.
A inquietude.
O indizível.
O invisível.
Testa os textos e os seus pretextos.

Faz-me mal.
Manda-me embora.
Olha, prefere a outra.

Berra.
Pontapeia.
Esperneia.
Conheço tão bem essa teia..

Comanda tu o trote.
Eleva lá o porte.
Eu mereço a minha sorte..

Diz-me NÃO.
Ali no chão.
Sou eu quem te desafia:
entedia-me o tesão.

Duvida.
Duvida de tudo uma vez dito.
Inverte-me o ritmo.
Imobiliza-me o riso.
Ignora-me o grito.

Impõe-me freio.
Isso!
Para-me ali mesmo, a meio.

Nega-te ao trabalho
de pôr as minhas costas em arco.

Questiona.
Explora.
Olha, abandona!


E vamos descobrir quem mais mente
neste Expresso a Oriente.
Vamos apostar quem mais foge
da russa da sorte.
Vamos ver quem mais manipula
rio acima, até ao Tua.

posted by SCS
setembro 27, 2006