Declaro-me absolutamente consciente da realidade que vivo dentro de uma Escola Portuguesa (quase que me atrevia num Ora, pois! Com certeza..!) e ofereço um dia do meu trabalho, do meu salário e do meu espaço para gritar de vez que não podemos calar, presenciar ou cooperar num projecto em que não acreditamos,
na forma humana como não a praticamos,
na educação como não a apregoamos.
na forma humana como não a praticamos,
na educação como não a apregoamos.
Sinto-me a empenhar energia e capacidades num projecto educativo que me recuso a abraçar.
Hoje a Greve não é uma notícia longínqua na televisão,
ao fundo,
e baixinho.
Hoje, em dia, faço Greve.
E faço Greve dentro dos muros e portões da nossa Escolinha.
Ou, pelo menos, a trabalhar para ela.
A minha Greve quero-a berrada em pulmões a gente miudinha.
Hoje digo NÃO à tirania que nela se pratica.
Digo que não existe uma medida pedagógica, uma postura adoptada ou uma qualquer lógica e, repare!, uma com a qual consiga sentir-me a concordar.
Acredito que estamos a deixar uma geração meramente ao sabor do acaso.
Que, se pensarmos, a rima encalha no atraso, no colapso.
Não pode, a meu ver, uma escola promover o incentivo último ao desequilíbrio social. Não pode jamais negligenciar o seu potencial.
E não podemos de todo deixar este legado numa geração à qual vai ser exigida a mudança. Se pensarmos que na sua vida adulta se esgotará o petróleo dos lençóis naturais teremos de os potenciar, no mínimo, a serem cordiais.
Bom, se alguma coisa cresci nestes dois últimos anos com o exemplo diário de uma má gestão escolar foi certamente em ter deixado de acreditar no absoluto da destruição.
Agora prefiro a construcção.
Conheço a realidade da nossa escola.
Porque parei para olhar.
Para a perceber.
E acredito no potencial humano que nela encontrei.
Sei que está dotada de recursos para fazer mais e melhor.
Sei que conseguem.
Ou por outra, sei que querem.
E sabendo que o único problema que encontram é de liderança, proponho-lhe que os lidere.
Que nos lidere.
Que nos ajude naquilo em que abraçamos como projecto de intervenção na vida.
Que nos ajude a educar.
A ajudar fazer crescer.
A não viver com medo de perder.
Ajude-nos a mostrar a estes meninos que a vida não tem de ser tão fingida.
Temos de acreditá-la bem mais colorida.
E para se defender de eventuais prejuízos legais,
como primeira medida exija uma auditoria.
Ambas sabemos que, afinal, o primeiro é sempre para o pequeno pardal..
Serão responsabilizadas.
Nem que seja, um dia.., em almofadas.
Lembre-se que Mouzinho da Silveira nos rasgou uma rua para a Ribeira.
A luta dos Cercos no Porto é antiga.
Mas não se conhece Miguelista que não calasse a cantiga..
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