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Mala Postal a Virgina Woolf, amante.

2.11.06


Bateu-me, em colapso, que o tempo em que vivo não se coaduna nos tempos banais das pessoas gerais.

Não percebo se é no ritmo que sinto.
Ou no tempo, que dispenso, para saber sentir.

Tenho neste momento frio de cem vendavais.
Enguiço.
Espreguiço.
Endureço.
Sei que a experiência se repetirá,
amanhã,
como o próximo despropósito em que encalho quando sinto.

E sempre que sinto promovo o último pico ao ouriço.
Lamentável o último doer mais do que qualquer um dos primeiros.

Não percebo essa tua ausência no tempo. Como te fizeste tão intemporal.
Nem tão pouco quero saber o que sentiste quando pensaste que desististe.
Não nos servem perversas concórdias em portas giratórias das quais nunca conseguimos identificar o tempo momento de saltar.

Mas saltamos..
E amamos.
Lá isso, amamos!
E podemos encher a boca e pô-la torta de tanto que podemos dizer que amamos.
E que deslizamos, com lado oposto do ouriço.
Porque só tu o sabes liso.


Serei eu a personagem sem nexo?
Serei a personificação do verbo perso?

Ou estará este mundo numa esmagadora apneia,
sem ninguém a dormir à beira?

Ou então estamos tão rodeadas de gentis exemplares de amores efémeros
que nem questionamos o nosso,
tão perto.

O que lhe escreveste tu antes de ir ao Rio?
Nunca tive coragem de o querer ler, ou entender, ou poder.
Não quero nem sequer saber.

Mas como se pensa um homem que não percebe os nossos desenhos a giz?
Ou que não se inquietou com o que se lê depois do que se diz?
Quando estará alguém apto a viver no nosso tempo?
Quantos picos tenho de juntar até me calar no acalento?
Quantas voltas na roda giratória para que nem só a mim grite dentro?

Frio de cem vendavais,
mesmo ali, no extremo do cais.

Tão despercebida passei eu, Virginia,
por um homem que nem tão pouco ponderou se perdeu.

posted by SCS
novembro 02, 2006