Bateu-me, em colapso, que o tempo em que vivo não se coaduna nos tempos banais das pessoas gerais.
Não percebo se é no ritmo que sinto.
Ou no tempo, que dispenso, para saber sentir.
Tenho neste momento frio de cem vendavais.
Enguiço.
Espreguiço.
Endureço.
Sei que a experiência se repetirá,
amanhã,
como o próximo despropósito em que encalho quando sinto.
E sempre que sinto promovo o último pico ao ouriço.
Lamentável o último doer mais do que qualquer um dos primeiros.
Não percebo essa tua ausência no tempo. Como te fizeste tão intemporal.
Nem tão pouco quero saber o que sentiste quando pensaste que desististe.
Não nos servem perversas concórdias em portas giratórias das quais nunca conseguimos identificar o tempo momento de saltar.
Mas saltamos..
E amamos.
Lá isso, amamos!
E podemos encher a boca e pô-la torta de tanto que podemos dizer que amamos.
E que deslizamos, com lado oposto do ouriço.
Porque só tu o sabes liso.
Lá isso, amamos!
E podemos encher a boca e pô-la torta de tanto que podemos dizer que amamos.
E que deslizamos, com lado oposto do ouriço.
Porque só tu o sabes liso.
Serei eu a personagem sem nexo?
Serei a personificação do verbo perso?
Ou estará este mundo numa esmagadora apneia,
sem ninguém a dormir à beira?
Ou então estamos tão rodeadas de gentis exemplares de amores efémeros
que nem questionamos o nosso,
tão perto.
O que lhe escreveste tu antes de ir ao Rio?
Nunca tive coragem de o querer ler, ou entender, ou poder.
Não quero nem sequer saber.
Mas como se pensa um homem que não percebe os nossos desenhos a giz?
Ou que não se inquietou com o que se lê depois do que se diz?
Quando estará alguém apto a viver no nosso tempo?
Quantos picos tenho de juntar até me calar no acalento?
Quantas voltas na roda giratória para que nem só a mim grite dentro?
Frio de cem vendavais,
mesmo ali, no extremo do cais.
Tão despercebida passei eu, Virginia,
por um homem que nem tão pouco ponderou se perdeu.
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