Hoje encontrei um homem na rua que parecia sacado à publicidade da Nicola Cafés.
Meio despedaçado.
Outro meio desacreditado.
Meio despedaçado.
Outro meio desacreditado.
Para vencer o tormento dedicou-se a preencher as horas da vida
com o que demais havia no dia.
Uma azáfama!
Correrias para aqui.
Encontros para ali.
Reuniões, viagens, jantares.
Umas quantas auto ilusões.
Outras quantas pequenas decepções.
Encontrei-o sentado.
Parado.
Falei-lhe da vida como eu a via.
Onde eu a lia.
Pegou num meus cabelos e exclamou: “Hum, caracóis!”
Pegou num dos meus versos e prometeu-lhe faróis!
Ora, uma mulher não precisa muito mais para se encantar!
É uma questão de raça,
afric(a)ndada.
E disse-lhe!
Se pudesse oferecia-te um bouquet de castanhas
e folhas colhidas em heras.
Ou uma Shiva,
Ou um Budha,
Ou então um elephante de quatro braços e duas pernas.
Se pudesse era eu e tu na Grécia.
Discreta.
Ou então numa época diferente.
Em que se era mais gente.
Ou uma Shiva,
Ou um Budha,
Ou então um elephante de quatro braços e duas pernas.
Se pudesse era eu e tu na Grécia.
Discreta.
Ou então numa época diferente.
Em que se era mais gente.
Não sei Virginia,
não estou a ver as minhas respostas.
O Vira Vento conta dias que não gira.
Deve ser do frio!
De acordar a meio da noite para procurar-me em lãs,
da Ferrero voltar ao mercado à procura fãs.
De dar comigo a guardar a ventoinha,
a contar as folhas no chão da Escolinha.
Ou das botas e galochas nos expositores de moda,
da meia de leite que já não se pede morna.
Se pudesse dizia-lhe que estou a pensar tirar um curso de cozinha mediterrânica,
ou um de Espanhol,
ou então um de Expressão Dramática
para aprender de vez a expressar-me melhor.
Se pudesse oferecia-lhe a metade de mim que se revela.
Sim,
essa mesmo.
Para que nunca se perca.
Confiava-lhe os segredos.
E os seus enredos.
São nove.
Jamais alguém me pediu que os prove.
Vá! Virginia,
dá um sopro ao meu vento de norte.
Eleva-me novamente o porte.
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