Estás em casa e o indiano na loja debaixo eleva o som.
A tarde é apenas final.
Conheces bem dança.
Já a dançaste tantas vezes que nem olhos precisas,
apenas sentidos.
Sensorialices!
Bons sensos.
Nada preso.
Sabes bem quem és, pelo menos sabes quem foste hoje.
Percebes.
Até vês,
vês claramente a mancha silhueta que te segue para todo o lado.
Vês-te a ti, ali, na outra.
Elevas o queixo numa arrogância tipicamente aquariana e danças,
só porque faz sentido.
Hoje faz sentido.
Se a tua vida fosse outra não serias capaz de a viver melhor.
Pago sempre com o meu reino isto de sentir em mim o ímpeto de ir.
De me implicar.
De em ombros me carregar.
De me lavar e renovar as vezes necessárias até cá chegar.
Não consigo nomear uma única vez que tivesse ficado mais pobre.
E danço.
Hoje danço.
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