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Mala Postal ao Pai Natal, coleccionador de segredos.

5.12.06


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Não te posso dizer que seja a mesma mulher que te escreveu no ano passado pela última vez.
Os limites que me propus rasgar a meio como quem corta a direito ensinaram-me que a elasticidade é conceito primário da força humana, sempre que esta se concerne a revolucionar mundos auto construídos.

Sinto que tive um ano extremamente positivo.
Cheio de Conquistas.
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Percebo agora que estive a trabalhar para crescer, que me impliquei na evolução do não ter. Lancei-me desafios e fui obstinada a conquista-los. Em contempla-los.

Questionei algumas das verdades mais fundamentais.
Destruí conceitos que auto promovo como algumas dessas verdades absolutas.
Sinto-me menos absolutista.
Menos fundamentalista.

A queda de qualquer império sucede-se com uma inevitável construção.
No momento, dedico-me à tarefa com a força de estudo.
Mas nenhum autodidacta, especialmente os emocionais, consegue ver mais além sem o estímulo do mundo que o rodeia.

Hoje ponho o meu Vira Vento na janela virada ao Pólo Norte.
Aquilo que te confesso em segredo são os sonhos mais infantis que pude encontrar no ano em que atinjo a meta da terceira década.
E é na demência que auto alimento para os sustentar que me dirijo a ti, com esta insana persistência de te acreditar.

Um dia de bom tempo.
Gostava que num daqueles meus finais de tarde na Ribeira,
o Lobo Antunes se sentasse à beira.

Um jantar.
Gostava de me perder em conversas de cores com a Graça Morais,
naquele restaurante de gregos divinais.

Uma ida ao Teatro.
Gostava muito de conhecer o Teatro da Comuna, lá para os lados da Capital,
pela voz da Odete Santos em noite de recital.


Aquilo que te peço, este ano, é que me ajudes a ver mais além.
A não me satisfazer com compensações medíocres e medianas pela sensação mais instintiva que reconheço ao Homem: o medo.
Quero aprender o caminho até perdê-lo.

Estarei a pedir demais..?
Ora pois, provavelmente..!

posted by SCS
dezembro 05, 2006