Desequilíbrio na Porta Oitava.
27.2.07
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fevereiro 27, 2007
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Auto Retrato.
24.2.07
Deixa-me rir:
essa história não é tua
falas da festa, do Sol e do prazer,
mas nunca aceitaste o convite.
Tens medo de te dar
e não é teu o que queres vender.
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Deixa-me rir:
tu nunca lambeste uma lágrima,
desconheces os cambiantes do seu sabor
nunca seguiste a sua pista,
do regaço à nascente
não me venhas falar de amor!!
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Pois é , pois é
há quem viva escondido a vida inteira.
Domingo sabe de cor
o que vai dizer Segunda Feira.
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Deixa-me rir:
tu nunca auscultaste esse engenho
de que que falas com tanto apreço,
esse curioso alambique
onde são destilados
noite e dia o choro e o riso.
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fevereiro 24, 2007
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Lâmpada de Bolso.
22.2.07
O vazio de som pela manhã.
Um vácuo.
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A mente eleva-te a um lugar de silêncio.
Os sons que se deixam ouvir são seleccionados numa frequência espaçada que te induz a acordar.
Descobres por ti, ou por ela, o ponto em que te sentes apto a bocejar.
A esticar-te pelo maxilar.
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Sabes por experiência que qualquer perturbação abrupta deste espaço, ou tempo – não sei -, confinará o teu dia a sucessivas impaciências e perigosas intolerâncias.
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Lanças-te, então, ao capricho pioneiro.
Aprender-te pelo teu metabolismo.
E correr esse desmedido risco de o praticar,
de o respeitar.
De o ensinar.
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fevereiro 22, 2007
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But I know Sam, that you do.
Faz-me falta a mão na terra.
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A Igreja de São Francisco nunca me apareceu tão medonha como hoje.
Em contra luz
num cinza carregado,
electrizado.
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Se pudesse escondia-me contigo, ali nas escadas,
fintávamos as flechas que se apontam,
Não fosse o espaço estar tão oco.
Ou tu a arrastar-te noutro conforto.
a contar outras histórias ao Colombo,
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Peço licença a um Táxi e fecho o dia atrás de mim com a determinação do reflexo das luzes no Rio.
Em transparente profundidade.
Conto em mnemónica os anos que te escrevo desde esta margem.
Sempre virada a Sul.
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I don't believe in an interventionist God.
Quando chegar a casa vou escrever à Rita Ferro Rodrigues.
Assumir, sem medo, que gostava que ela avaliasse o meu Blogue.
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Aos trinta sem estátuas ou brasões.
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fevereiro 20, 2007
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Aqui só tu tens segredos.
11.2.07
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fevereiro 11, 2007
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Aqui só tu tens segredos.
Quatro da tarde.
Levantei-me para ir tirar uma fotocópia e senti-me passar por um campo de energia.
O meu corpo havia sido apertado para dentro.
Parado.
Encolhido.
Em vácuo.
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Senti-me novamente visitada pelo fantasma do passado, do presente e do futuro, como se se condensassem em matéria única. A energia com que me tocaram arrepiou-me o corpo até às extremidades.
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Nenhuma patologia.
Apenas energia.
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Como se a mão do João crescesse ao tamanho do Pé de Feijão e pousasse peso na cabeça para me obrigar a parar qualquer coisa que estivesse a fazer sem pensar.
Chamada de atenção por força da imposição.
Meditação.
Ebulição inexplicável à ciência que me ensinaram.
Num crescendo.
Inquietação.
Por falta de percepção.
De explicação.
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Libertei-me de tudo que me tinha a libertar porque me senti no imperativo de parar.
Chegada ao Sótão de todas as magias, obriguei o meu corpo a retrair metabolismo e adormeci num sono mais profundo do que qualquer um que ouvirás a virar páginas pela voz da tua mãe.
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Quando acordei tinha várias chamadas no telemóvel.
Duas do teu pai.
Às quatro e quarenta e cinco da tarde nasceste tu.
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Eterno retorno. Astrofísica. Niilismo.
Telepatia. Racionalismo. Impressionismo.
Equações. I Ching. Eletromagnetismo.
Comunismo. Socialismo. Voyeurismo.
Bíblia. Corão. O absoluto do Cepticismo.
Preposições. Precipícios. O absurdo da compreensão.
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Meto a mão do João Pé de Feijão no Oráculo e percorro com ele todas as teorias que um dia tentaram explicar a vida e as suas magias.
Nenhuma delas nos satisfaz enredos.
Linguística.
Ambos sabemos que não foi incenso, ouro ou mirra.
A minha oferenda foi energia.
Maldito canto da boca que me foge para cima e me faz perceber claramente quem me contagia!
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fevereiro 05, 2007
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Urgentemente, Sam.
4.2.07
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
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É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
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Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
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É urgente o amor,
É urgente permanecer.
É o que só certos homens sabem deixar
pelas paredes de uma Cidade.
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fevereiro 04, 2007
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1 Fevereiro 2007
Tonight I feel very valentino.
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fevereiro 02, 2007
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