mala postal a ângela marques, poetisa.
24.8.07
.
Cansaço.
Arfo.
Lanço.
Esmago.
.
Traço golo no Chá em copo.
.
Desclaço.
Dispo.
Envolvo.
Partilho.
.
Choro a morte de cada Apolo.
.
Ergo.
Estico.
Cuspo.
Edifico.
.
Vai o Gato a um só colo.
.
Inflijo.
Grito.
Espartilho.
Resolvo-me do Conflito.
.
Entendo.
Proíbo.
Desprendo.
.
Género arremesso.
Esqueço.
Viro vento.
.
A mesma Rua já nem parecia só de uma Alegria.
Bizarro aro de dimensão.
Distracção.
Dissipação.
.
Participo.
Fomento.
Publico.
.
Tenho sempre presente tão perto quente
aquele tu escrito que vive como eu.
Cansaço.
Arfo.
Lanço.
Esmago.
.
Traço golo no Chá em copo.
.
Desclaço.
Dispo.
Envolvo.
Partilho.
.
Choro a morte de cada Apolo.
.
Ergo.
Estico.
Cuspo.
Edifico.
.
Vai o Gato a um só colo.
.
Inflijo.
Grito.
Espartilho.
Resolvo-me do Conflito.
.
Entendo.
Proíbo.
Desprendo.
.
Género arremesso.
Esqueço.
Viro vento.
.
A mesma Rua já nem parecia só de uma Alegria.
Bizarro aro de dimensão.
Distracção.
Dissipação.
.
Participo.
Fomento.
Publico.
.
Tenho sempre presente tão perto quente
aquele tu escrito que vive como eu.
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agosto 24, 2007
2 bilhetinhos
Arco de Caderno.
18.8.07
.
Sem perguntar. Sem desbravar. Sem sequer anunciar.
Penso no Ano do Porco e de como nele me resolvo.
Absorvo.
É a primeira vez que levo corpo a domínio empírico chinês.
O que lhe aconteceu?
Desfez.
A secção dos Chás.
Os bules, as louças tão finas.
A jogo sempre de frente para o Ás.
Os pauzinhos para o cabelo,
com que o apanho de momento.
Os copos de bambu,
esse constante aceno eu ou acenas tu?
Falam língua secreta de segredo.
Riem da forma como cheiro um pêssego.
Têm sempre um anel no dedo.
Abre-se um Largo.
No chão, catraios jogam ao Mikado.
O Sol, o Dragão, a Honra,
Tudo se define por uma elegante linha a dourado.
Velho risonho, rasgado, de cigarro enrolado.
Sento eu ou sentas tu?
Sentamos, até estar apagado.
À nossa frente, a Tai Chi Chuangar
Se me recordo da frase de June foi,
“Vai a Chinatown e dá cumprimentos meus aos Chineses.”
“Vai a Chinatown e dá cumprimentos meus aos Chineses.”
.
Semáforo vermelho.
Cruzamento.
Olho para a esquerda.
Olho para a direita.
Semáforo vermelho.
Cruzamento.
Olho para a esquerda.
Olho para a direita.
Olho para dentro.
Cumprimento.
Cumprimento.
.
um arco vermelho-china.
Plasticina.
Dois imperiais leões. Machões. A definir claras imediações.
Assim.
De repente.
Quente.
Plasticina.
Dois imperiais leões. Machões. A definir claras imediações.
Assim.
De repente.
Quente.
Sem perguntar. Sem desbravar. Sem sequer anunciar.
Penso no Ano do Porco e de como nele me resolvo.
Absorvo.
É a primeira vez que levo corpo a domínio empírico chinês.
O que lhe aconteceu?
Desfez.
A secção dos Chás.
Os bules, as louças tão finas.
A jogo sempre de frente para o Ás.
Os pauzinhos para o cabelo,
com que o apanho de momento.
Os copos de bambu,
esse constante aceno eu ou acenas tu?
Falam língua secreta de segredo.
Riem da forma como cheiro um pêssego.
Têm sempre um anel no dedo.
Abre-se um Largo.
No chão, catraios jogam ao Mikado.
O Sol, o Dragão, a Honra,
Tudo se define por uma elegante linha a dourado.
Velho risonho, rasgado, de cigarro enrolado.
Sento eu ou sentas tu?
Sentamos, até estar apagado.
À nossa frente, a Tai Chi Chuangar
esticam-se cinco ausentes corpos.
Meditar.
Gostava de, um dia, saber pertencer a este lugar.
Ora passam duas chinesas todas pop,
ora duas Senhoras de Sombrinha a reboque.
Misturo misto disto
e respiro para mim nova Sorte.
Entro nas Lojas Vaidosas. Maquilhagens, brincos, colares.
Ao espelho, empregadas misteriosas
a experimentarem-se noutros ares.
Três de letra com o casal da Loja das Carteiras, quatro de mímica com o Florista das floreiras.
Gostava de, um dia, saber pertencer a este lugar.
Ora passam duas chinesas todas pop,
ora duas Senhoras de Sombrinha a reboque.
Misturo misto disto
e respiro para mim nova Sorte.
Entro nas Lojas Vaidosas. Maquilhagens, brincos, colares.
Ao espelho, empregadas misteriosas
a experimentarem-se noutros ares.
Três de letra com o casal da Loja das Carteiras, quatro de mímica com o Florista das floreiras.
A força da (c)idade na montra das Passadeiras.
Clareira.
Clareira.
Aprendo eu ou aprendes tu?
Não sou capaz de os fotografar,
de os tirar deste lugar.
Saio do Quartier Chinois por novo Arco.
Olho para cima a passar.
Passo-Lhe por baixo a dançar.
Paro o corpo no meio da rua,
olho para trás, já meio nua.
Não sou capaz de os fotografar,
de os tirar deste lugar.
Saio do Quartier Chinois por novo Arco.
Olho para cima a passar.
Passo-Lhe por baixo a dançar.
Paro o corpo no meio da rua,
olho para trás, já meio nua.
Talvez um dia seja capaz.
posted by SCS
agosto 18, 2007
4 bilhetinhos
Carta Aberta.
16.8.07
.
de: Valentim <xxxxxxx@xxxxxxx.com> 11:38 (8 horas atrás)
para: Vira Vento viravento@gmail.com
data: 16/08/2007 11:38
assunto: RE: Posso chamar-lhe: Convite!
.
.
PARABÉNS!!!
.
Festejemos com uma SUPERBOCK!!!
.
É NORMAL, HABITUAL E FAZ PARTE DO MEU QUOTIDIANO, VISITAR O TEU BLOG.
DIREI, UM SUPER BLOG!
Super ... de sensibilidade ...
Super de um valor intrínseco à autora ...
Tenho o privilégio de conhecer o teu sótão e, por isso, nos textos do teu Blog, consigo ler nas entrelinhas ...
.
Beijo Maria!
.
.
Responder Encaminhar Convidar Valentim para o Gmail
de: Valentim <xxxxxxx@xxxxxxx.com> 11:38 (8 horas atrás)
para: Vira Vento viravento@gmail.com
data: 16/08/2007 11:38
assunto: RE: Posso chamar-lhe: Convite!
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PARABÉNS!!!
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Festejemos com uma SUPERBOCK!!!
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É NORMAL, HABITUAL E FAZ PARTE DO MEU QUOTIDIANO, VISITAR O TEU BLOG.
DIREI, UM SUPER BLOG!
Super ... de sensibilidade ...
Super de um valor intrínseco à autora ...
Tenho o privilégio de conhecer o teu sótão e, por isso, nos textos do teu Blog, consigo ler nas entrelinhas ...
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Beijo Maria!
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Responder Encaminhar Convidar Valentim para o Gmail
posted by SCS
agosto 16, 2007
8 bilhetinhos
Pedaço de Caderno.
13.8.07
.
As cortinas do meu quarto de Hotel permanecem abertas.
A vista directa e privilegiada para uma das principais artérias de Downtown – Rue de Sherbrooke - levou-me o último fôlego que tive forças para entusiasmar.
Ergue-se iluminada, cheia de vida a apetecer.
Identifico ponto preciso à História.
Canadá. Montréal. 24 de Julho, em 2007. 01h11 a.m..
Não conheço uma só pessoa no Continente Americano a quem possa telefonar.
Neste volume de Terra que descuro dimensão,
.
Começar do zero?
As cortinas do meu quarto de Hotel permanecem abertas.
A vista directa e privilegiada para uma das principais artérias de Downtown – Rue de Sherbrooke - levou-me o último fôlego que tive forças para entusiasmar.
Ergue-se iluminada, cheia de vida a apetecer.
.
Declaro este o momento em que percebo o que me está a acontecer.
Abrir as cortinas numa atitude assumidamente Gone With The Wind devolveu-me em estalo a minha determinação.
Abrir as cortinas numa atitude assumidamente Gone With The Wind devolveu-me em estalo a minha determinação.
.
.
..
Para a veleidade que em mim sinto arder,
Para a veleidade que em mim sinto arder,
responde-me uma Cidade sôfrega em luminosidade,
velocidade,
uma Cidade que me repica em Altura à Vaidade.
Identifico ponto preciso à História.
Canadá. Montréal. 24 de Julho, em 2007. 01h11 a.m..
Não conheço uma só pessoa no Continente Americano a quem possa telefonar.
Neste volume de Terra que descuro dimensão,
que perspectivo de cima – género telescópio – como a ilha de uma provação,
não existe uma única pessoa que me vá procurar. .
Todas as relações induzem início,
todas as ilusões previnem perigo.
todas as ilusões previnem perigo.
.
Abismal este sentir de lugar longe.
Jamais pela possibilidade de me experimentar em quem me apetecer ser
mas por, at last, me encontrar a ser isto que sou,
que me move, arrasta e promove.
Abismal este sentir de lugar longe.
Jamais pela possibilidade de me experimentar em quem me apetecer ser
mas por, at last, me encontrar a ser isto que sou,
que me move, arrasta e promove.
.
Não tenho de responder a expectativas.
Ou às cobranças das cobardias.
Não tenho de representar um único papel no Teatro sem Companhia.
. Não tenho de responder a expectativas.
Ou às cobranças das cobardias.
Não tenho de representar um único papel no Teatro sem Companhia.
Começar do zero?
Oh sim, como quero!
posted by SCS
agosto 13, 2007
6 bilhetinhos
Excerto de Caderno.
8.8.07
le vinte trois, juillet.
.
Os relógios andaram uma hora para trás.
Como se te oferecessem os últimos sessenta minutos para que os possas viver outra vez.
O átrio principal do Aeroporto Mohamed V arfa-me fôlego fundo à primeira vista.
As pernas imobilizam e o pescoço tomba ao seu ângulo mágico limite.
Fico descontextualizada,
sinto-me pequena,
sinto-me corada.
Declaro Rendição na expressão corporal.
Como se te oferecessem os últimos sessenta minutos para que os possas viver outra vez.
O átrio principal do Aeroporto Mohamed V arfa-me fôlego fundo à primeira vista.
As pernas imobilizam e o pescoço tomba ao seu ângulo mágico limite.
Fico descontextualizada,
sinto-me pequena,
sinto-me corada.
Declaro Rendição na expressão corporal.
Baixo a inquietação e sento-me de frente para a Imigração.
Os europeus, os sul americanos,
japoneses, chineses, coreanos,
os árabes muçulmanos,
os norte americanos.
profundo Paquistão.
Mais as pretas assumidas,
sempre tão coloridas.
Sul americanas despidas
Mais as pretas assumidas,
sempre tão coloridas.
Sul americanas despidas
e as europeias tão distraídas!
A condição feminina no Mundo atinge nova dimensão.
Talvez pela proporção.
A condição feminina no Mundo atinge nova dimensão.
Talvez pela proporção.
.
.
Mesmo a meu lado, e a ganhar coragem, sentam-se mulher e filha.
Corpo e cabelo coberto.
Seda branca, seda verde. Olho indiscreto, aberto.
Dou por mim de cabelo solto por cima de um vestido muito anos 50,
Corpo e cabelo coberto.
Seda branca, seda verde. Olho indiscreto, aberto.
Dou por mim de cabelo solto por cima de um vestido muito anos 50,
imagina!, vermelho.
Não descubro quem é mais livre neste momento.
Sinto-as em entusiasmo de viagem,
isso que leva à cara nova aragem.
.
Com a filha fascinada pelos meus pés despidos, descalços, distraídos,
perdida nas pedras das pulseiras, no verniz, na planta de raiz,
fico legalmente presa a perceber a leveza dos lenços,
a vaidade que lhes vejo dentro.
Bonitas.
Têm pele de Artistas.
Cruzamos inevitavelmente o olhar,
como quem pede para tocar.
Sorrio-lhe, porque não me aguento.
Jamais perderia o momento!
Com a filha fascinada pelos meus pés despidos, descalços, distraídos,
perdida nas pedras das pulseiras, no verniz, na planta de raiz,
fico legalmente presa a perceber a leveza dos lenços,
a vaidade que lhes vejo dentro.
Bonitas.
Têm pele de Artistas.
Cruzamos inevitavelmente o olhar,
como quem pede para tocar.
Sorrio-lhe, porque não me aguento.
Jamais perderia o momento!
Aqui, neste metro quadrado, a energia é de Paz.
O fascínio mútuo, assumido, partilhado.
As zangas internacionais parecem-nos descabidas, banais.
Bem ao jeito de Kyoto,
declaro-me abismada pelo corpo que se senta ao lado.
Tirem-nos lá os trapos..
Tirem-nos lá os trapos..
Definimos todas o mesmo arco.
posted by SCS
agosto 08, 2007
4 bilhetinhos
Também eu berrei - I'm in America! -, Bono.
3.8.07
.
Dei agora comigo de top branco, vestido ao contrário e do avesso.
Não sabia onde estava quando acordei.
Não ouvi as conversas até ao fim, distraí-me de todas elas.
Não percebo a que horas responde o meu corpo,
a que toque,
a que sorte.
.
O Sotão uma Feira de Vaidades,
com o que me trouxe em exposição pelo chão.
.
Estou arqueada.
Estou perceptivelmente viva.
Estou encantada.
.
The saints are coming.
Como um gato a ralhar à Lua.
Make me come, Jezbell.
Dei agora comigo de top branco, vestido ao contrário e do avesso.
Não sabia onde estava quando acordei.
Não ouvi as conversas até ao fim, distraí-me de todas elas.
Não percebo a que horas responde o meu corpo,
a que toque,
a que sorte.
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O Sotão uma Feira de Vaidades,
com o que me trouxe em exposição pelo chão.
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Estou arqueada.
Estou perceptivelmente viva.
Estou encantada.
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The saints are coming.
Como um gato a ralhar à Lua.
Make me come, Jezbell.
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posted by SCS
agosto 03, 2007
4 bilhetinhos